quinta-feira, 9 de outubro de 2014

Deserto de Sal - Salar de Uyuni - Bolívia

Impressionante. Assim é o maior deserto de sal do planeta, o Salar de Uyuni, na Bolívia. 
Não foi por acaso que sua paisagem de sal e esculturas naturais de pedra inspirou a pintura surrealista do catalão Salvador Dalí. 
A travessia de três dias para cruzá-lo, a bordo de um veículo 4x4, passando por vulcões, gêiseres, lagoas repletas de flamingos e surpresas reveladas a cada hora é uma das experiências mais impactantes da porção sul do continente.

A jornada que liga as cidades de São Pedro de Atacama, no norte do Chile, a Uyuni, no sul da Bolívia, começa a 2.800 metros de altitude. Em poucas horas, rodando sobre a areia dourada, ao pé do vulcão Licancabur, avista-se a Laguna Verde. A tonalidade pastel tinge a paisagem, intensificando o contraste com a lagoa esmeralda. A breve caminhada até a lagoa pode provocar náusea leve e dor de cabeça, pois a altitude já beira os 4.500 metros.


*Deserto do Salar de Uyuni

Segue-se então rumo ao norte, subindo a 4.800 metros para visitar o Sol de Mañana, gêiseres que, como grandes caldeirões prestes a explodir, expelem gases quentes, deixando um forte cheiro de enxofre no ar. A alguns quilômetros dali, a água que corre submersa no solo vulcânico, com temperatura beirando os 30oC, aflora, convidando o viajante para um banho quente.

O primeiro dia de viagem termina num rústico alojamento à beira da Laguna Colorada, cujo tom avermelhado forte se deve às colônias de algas. Com profundidade de 50 cm, a lagoa atrai centenas de flamingos durante o dia, que podem ser fotografados caminhando tranqüilamente em busca de alimento. O cenário, no segundo dia, é o chamado Disierto de Siloli. Rochas enormes e angulosas, esculpidas ao longo de milhares de anos pela ação do vento, emergem na nova paisagem, como uma floresta petrificada. A mais famosa delas, a Arbol de Piedra, lembra uma árvore estilizada. Desse trecho da travessia e até o final a altitude se mantém em cerca de 3.600 metros, o que já não causa mais desconforto aos forasteiros e permite avistar, no horizonte, montanhas nevadas. Uma pequena hospedagem de um vilarejo no meio do salar abriga o grupo na segunda noite.


*Deserto do Salar de Uyuni

O último dia guarda as imagens mais esperadas, a mais clássica paisagem do salar: uma vasta e plana superfície branca de sal. Nesse trecho, o motorista boliviano dirige em linha reta por mais de 100 km sem cruzar absolutamente nada. No verão, a neve derretida dos Andes alaga essa parte do salar. No solo, uma película de água cria um gigantesco espelho que reflete o céu, nuvens e tudo o que os olhos enxergarem, até o horizonte. No inverno, entre maio e novembro, essa lâmina de água seca e dá lugar a desenhos hexagonais, que lembram uma grande colméia.

Não bastasse a deslumbrante paisagem, o almoço do último dia de viagem é servido na Isla del Pescado. Uma ilha completamente rodeada pelo sal do deserto que abriga cactos gigantes com até 12 metros de altura. Para fechar a travessia com chave de ouro, a última parada é uma rápida visita ao hotel Playa Blanca, cujas paredes, camas, cadeiras e mesas foram construídas inteiramente de sal.


*Deserto do Salar de Uyuni

A travessia do Salar de Uyuni custa em média US$ 60 pelos três dias de viagem, incluindo hospedagem e três refeições por dia. É importante, entretanto, levar sua própria água, já que a elevada altitude e o sol forte desidratam rapidamente o visitante. As melhores agências são as que têm sede nas cidades de Uyuni e São Pedro de Atacama. Uma boa opção é a agência Colque Tours. Se o leitor ainda não se convenceu de que vale a pena conhecer o salar, vale lembrar que a Bolívia é o país mais barato da América do Sul para viajar.

É sem sombra de dúvida um dos lugares mais impressionantes do planeta.
A impressão que se tem é de realmente estar em outro planeta, um lugar de paz extrema, quem pode visitar realmente é privilegiado.

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